sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Opinião

EM PAU DOS FERROS, O "MOBRALISTA" 

PRECONCEITUOSO

Rubens Lemos Filho




Divido em duas a minha opinião sobre o professor federal usuário da rede social Facebook para humilhar a cidade e o povo de Pau dos Ferros, a 420 quilômetros de Natal, causando tremores nos turbulentos e assustadores canais de convivência na internet.

Parte um, causa própria:

O professor apartado de qualquer relacionamento com o português simplório , dá aulas no IFRN, uma escola que frequentei há 25 anos e aprendi com mestres verdadeiros.

Era a velha ETFRN, rebeldia democrática estudantil da Nova República, estabelecida pela vitória do presidente que não foi, Tancredo Neves.

Foram tempos e jovens tardes inesquecíveis. Nossos professores eram tão bons ou melhores que os de colégios particulares e universidades.

Tenho orgulho. Usei a bata azul da ETFRN derretida em sabão para escapar de trotes na condicão de calouro. Do curso de Estradas.

Na ETFRN, votei pela primeira vez. Ajudei a eleger Tia Luzia diretora em 1986. Havia campanha com respeito e sem assédio perverso e ideológico a aluno.

Tia Luzia fez uma administração exemplar. Era um Monsenhor Walfredo Gurgel de saia, compostura e autoridade. O autoritarismo jogado no entulho.

Fui aluno ativo em timidez, dedicado ao esporte e sem pendões acadêmicos. Dormia horas ao vento do campo de futebol. O que eu devia, pagava em notas.

Experimentava a timidez de namoricos e paixões não correspondidas, usava sapatilhas de pano e a moda era pisá-las como sandálias. Chulé fedorento. Derrubaria terroristas munidos de fuzis AK-47.

O brilhantismo da ETFRN trazia alunos excelentes do interior. Os seridoenses, em especial, de Parelhas e Florânia, dividiam a sabedoria soberana.

Introspectivos, retraídos, de barbicha, extrapolavam nas notas e na imitação hoje cômica da esquerdopatia teórico-ensovacada.

Éramos fortes nos Jogos Escolares até chegar às decisões. A palavra Marista fazia tremer os colhões dos mais machos de UFC se existisse.

A ETFRN parecia o Vasco vice. Mas nada abalava nosso orgulho, filhos todos da classe média ou remediada, o pobre com um Fusca melhorzinho na garagem. São minhas lembranças de aluno.

Parte dois, a escória:

As redes sociais explodem exibindo postagens de um “professor” denegrindo Pau dos Ferros, cidade que é minha segunda casa há 26 anos. É terra de minha mulher.

Sou adotivo do triângulo fechado por Encanto e Rafael Fernandes. Chão seco que é sangue do meu filho. Dos amigos de fé solidários. O beócito analfabeto, disse que é obrigado a “vim” a Pau dos Ferros, “cabaré”onde onde o povo, segundo seu caráter insano, merece tomar água de lama.

Como alguém que troca vir por “vim” pode ser professor? Tratá-lo como anarquista ou imbecil é estimular a sanha de outros irracionais. Ele é uma anomalia, mesmo.

É tenebrosa, sim, a situação. A água de Pau dos Ferros é amarela e cheira mal. A barragem que abastece o Alto Oeste está seca. São apenas 7% de lamaçal reservado ao abastecimento.

Pau dos Ferros não gritou nem exigiu solução. Pau dos Ferros é refém da política de Fla x Flu. Já deveria ter marchado pela água de verdade. Pressionado. Se unido. Se houvesse campanha eleitoral amanhã, bandeiras verdes e vermelhas encheriam as casas. Sem água na descarga.

Quem não tem piscina, banha-se de água mineral. O pobre, esse entra e sai amarelo do chuveiro. Culpa do poder público. Ninguém duvida. A inércia pacata do povo, estimula o desprezo.

A dor é solidária ou deveria ser. Pau dos Ferros está moderna, cheia de universidades seguindo a política marqueteira educacional de inaugurar campus e selecionar concursados sem saber se têm competência e postura.

É o caso do sujeito que humilhou um povo inteiro. Dignidade ele tivesse, pediria demissão. De um cargo para o qual demonstra ser inapto. É provocador, jamais educador.

O idiota que gerou pandemônio secular, não é digno da escola onde estudei, nem dos meus dedicados professores. Menos ainda de tripudiar sobre o sofrimento da população de mais de 20 cidades.

Bom pra ele seria um banho barrento em curral. Três em ponto. De paletó. Preto. Ao pé de uma cerca vendo urubus sobrevoando carniças. Pobres esmolando feijão. Eu, sendo ele, já teria ido embora. Dizem que é brabo. Escolheu mal o ringue.

Pau dos Ferros, resistente, deve entregá-lo, dentro de feixes catingueiros, o título inédito de obtuso non grato. E eu pergunto: quem deixou esse rapaz ser professor de segregação, matéria nociva dos presunçosos? Um sujeito que escreve como analfabeto tem é de voltar ao primário.

Na despedida, por piedade e sarcasmo, entreguem a ele uma gramática. É, além de todas as aberrações preconceituosas, homicida do idioma, no acúmulo da completa deformação exibida. Viva Pau dos Ferros. E seu povo simples, guerreiro e indignado.

Rubens Lemos Filho é jornalista e foi secretário de Estado da Comunicação Social no governo de Wilma de Faria.

Fonte: Blog de Rubens Lemos via Blog de Carlos Escóssia.

Opinião

ESTÁ FALTANDO BOM SENSO

Alcimar Antônio de Souza

No Brasil, a maioria dos meninos gosta de jogar futebol nos campinhos de chão batido. E essa mesma maioria sonha em ser jogador profissional de futebol um dia, afinal, no futebol de hoje, em que amor ao clube não existe e muita gente faz do futebol um negócio lucrativo, o jogador ganha bem, muito bem.

Além dos altos salários, os jogadores de futebol desfrutam de uma vida de conforto, com hospedagem em bons hotéis, viagens de avião para o trabalho, acompanhamento quase diário de vários profissionais da área de saúde, alimentação especial, destaque na mídia, fama, e muito mais.

Enquanto a maioria dos trabalhadores brasileiros ganha, em regra, um salário mínimo para pagar todas as contas, os jogadores profissionais menos talentosos ganham mensalmente 10 mil reais, 15 mil reais, 30 mil reais... Já os que conseguem maior projeção, têm salários gigantescos, de 100 mil reais, 300 mil reais mensais, 500 mil reais mensais, e assim por diante.

Veja o caso de Diego, ex-Santos, que está na Europa. O clube da Vila Belmiro queria repatriá-lo para lhe pagar algo em torno de 500 ou 600 mil reais mensais. O jogador, todavia, quer mais (algo em torno de um milhão de reais por mês).

Em resumo, aos jogadores de futebol se paga muito e se oferece as melhores condições de trabalho para que eles façam aquilo que todo garoto sonha em fazer quando crescer: jogar futebol. Eles são os donos do espetáculo.

Então, pergunto: POR QUE JOGADOR DE FUTEBOL ATUALMENTE TANTO RECLAMA? POR QUE JOGADOR DE FUTEBOL PENSA EM FAZER GREVE? EM QUAL LUGAR DO BRASIL (E TALVEZ DO PLANETA) ESSES PROFISSIONAIS ESTÃO SENDO TÃO MALTRATADOS A PONTO DE SE REBELAREM DO NADA?

Bom Senso F. C. é continuar jogando. Aliás, Bom Senso F. C. é procurar jogar melhor, pois tem muito perna-de-pau ganhando muito dinheiro para não jogar nada.
BOM SENSO É REDUZIR OS SALÁRIOS E AS REGALIAS DESSES PROFISSIONAIS, QUE MUDAM DE CLUBE POR QUALQUER PEQUENA VANTAGEM A MAIS NO CONTRA-CHEQUE.

Greve é instrumento de luta para quem realmente trabalha duro, pesado, e geralmente ganha pouco.