sábado, 14 de novembro de 2015

Atentados em Paris

Sem diálogo, não haverá paz

O mundo chora agora as vítimas de mais um atentado terrorista, cruel e insano. Paris, capital da França, voltou a ser alvo da ira de extremistas islâmicos, que retaliaram os bombardeios que diariamente recebem de tropas francesas nos territórios ocupados pelo Estado Islâmico - EI na Síria e no Iraque.

Em pronunciamento, o presidente francês François Hollande afirmou que a resposta será "implacável". 

Porém, não se põe fim às guerras com outras guerras.

Infelizmente, desde que se enfatizou culturalmente a divisão - antes apenas geográfica - de Ocidente e Oriente, as guerras e o ódio entre nações e etnias só aumentaram. Mas não se enganem: por trás disso tudo, há muitos interesses econômicos.

Os Estados Unidos da América - EUA, que detêm o maior poder bélico-militar do planeta, são, certamente, os maiores responsáveis por tudo de desgraça que ocorre no mundo, afinal, são eles que mais lucram com a venda de armamentos para um dos lados - ou para os dois lados - de guerras e mais guerras que, direta ou indiretamente, financiam.

Há rumores de que o Estado Islâmico - EI, que atualmente aterroriza o Iraque, a Síria e outras nações do Oriente Médio e pretende criar um califado, teriam sido financiados inicialmente pelos Estados Unidos da América.

Se isso é verdade ou não, certeza mesmo é que o referido grupo extremista usa em seu exército parte do armamento de origem norte-americana que ele (o EI) tomou do Exército iraquiano depois que as tropas dos Estados Unidos deixaram o Iraque.

A História mostra que, nos muitos conflitos ocorridos em países do Oriente Médio, há sempre o dedo forte do Tio Sam. Osama Bin Laden, por exemplo, teria sido treinado pela CIA (agência de inteligência dos EUA) para combater os iranianos. Apontado como morto, seu corpo nunca foi encontrado, nem mostrado.

Quando foi do interesse dos Estados Unidos da América, Saddam Hussein recebeu deles o apoio para se implantar no poder do Iraque, também para combater o vizinho dele, o Irã, que até hoje não se curvou aos Estados Unidos da América.

Para invadir o Afeganistão e o Iraque e se apropriar de suas riquezas, além de aumentar os lucros de sua poderosa indústria bélica, os Estados Unidos da América precisavam de uma justificativa forte. Os atentados de 11 de setembro lhe serviram ao propósito.

Também questionável quanto à sua autoria, o "11 de setembro" serviu para que os ianques tomassem o Afeganistão do grupo Taliban para o entregar a um governo de sua confiança, como também para uma invasão ao Iraque, até a derrubada do antigo aliado Saddam Hussein. No Afeganistão, um oleoduto era objetivo econômico estratégico para os EUA. No Iraque, o petróleo era o alvo principal, e não o governo de Saddam Hussein.

Preconceituosos, os norte-americanos detestam latino-americanos, negros e muçulmanos. Na ponta inversa, apoiam os israelitas no seus ataques aos árabes da Palestina, que ainda busca se afirmar com Estado soberano perante a Organização das Nações Unidas - ONU, entidade que mais parece uma extensão dos Estados Unidos da América.

Muito por causa dos Estados Unidos da América, o Ocidente como um todo passou a ser odiado por nações do Oriente e, de modo especial, por extremistas do Oriente Médio.

Assome-se a isso o tratamento desumano que vem sendo dado pela imensa maioria dos Países da União Européia - UE aos imigrantes que fogem das guerras, da miséria e da fome. Chegados à Europa, são tratados como animais, sem esquecer os que morrem pelo caminho em travessias clandestinas e arriscadas.

Cumprindo tarefa dos Estados Unidos da América, a França combate diariamente o Estado Islâmico, de propósitos igualmente nada louváveis.

E foi nesse contexto que a França novamente se viu alvo de extremistas orientais, que já haviam invadido a redação de uma revista francesa que brincava de zombar a fé dos muçulmanos, cristãos e outros adeptos religiosos, como se isso não fosse grave.

O que ocorreu mais recentemente em Paris é lamentável, grave e merece repúdio. Mas não se resolverá com outra guerra. Do contrário, a situação só se agravará.

Nenhum comentário: